domingo, 27 de junho de 2010

Paradigmas


Sobre paradigmas
O que são ? Como nos afetam? É possível mudá-los?
Certamente há várias coisas que você sabe que são verdade e há coisas que você acredita que são verdade ou que são possíveis. Você sabe que pode falar, não? Mas talvez acredite que exista vida após a vida, não tendo uma certeza totalmente fundamentada. Ou seja, há coisas e fatos irrefutáveis, as verdades, e há as crenças, que estão sujeitas a questionamento, em geral com base em experiências que as contradizem.
Conjuntos de crenças ou verdades relacionadas entre si são chamados de paradigmas. Podemos falar do paradigma espiritual, por exemplo. Vírus e bactérias como causas de doenças é outro paradigma, distinto da medicina psicossomática. A medicina oriental há milênios tem em seu paradigma uma energia vital, chamada de prana ou chi (entre outros nomes), que não está presente no paradigma ocidental, exceto em medicinas e terapias alternativas.
Paradigmas e crenças podem subsistir por séculos. O Sol girou em torno da Terra por 1.400 anos. A Física até o início do século tinha as leis de Newton como um de seus principais paradigmas. Com a Teoria da Relatividade, esse passou a ser um caso especial de outro paradigma. E continua mudando; no livro Universo Elegante, Brian Greene diz por exemplo que "A sugestão de que o nosso universo poderia ter mais de três dimensões pode parecer supérflua, bizarra ou mística. Na realidade, contudo, ela é concreta, e perfeitamente plausível". A teoria das supercordas, que unifica a Relatividade e a Mecânica Quântica, requer que existam 9 dimensões espaciais, além de uma temporal. Não vemos as outras seis porque elas estariam recurvadas.
Nós e os paradigmas
Nós temos a capacidade de manter internamente um ou mais paradigmas ou modelos mentais. Estes definem em grande medida qual será a nossa visão do mundo, o que percebemos, boa parte dos nossos objetivos e muitas das nossas possibilidades de ação. Paradigmas filtram a percepção e podem ser tão poderosos que até determinam o que será real para a pessoa, como várias matérias nesta seção. Dizem por exemplo que há pessoas que não acreditam que o homem foi à Lua. Às vezes tendemos até a negar fatos que presenciamos devido a uma crença. Lembra quando você disse pela última vez, "Não acredito que isto esteja acontecendo!"? Imagine um pesquisador que por acaso provoca efetivamente uma redução na velocidade de um feixe de luz em um experimento. Se ele acha que a Teoria da Relatividade é uma verdade, ele pode concluir que seus instrumentos estão descalibrados e nem perceber a descoberta.
Crenças e verdades dificilmente subsistem por si só; normalmente elas estão agrupadas, sustentando umas às outras. Por exemplo, acreditar em Jesus Cristo está vinculado a acreditar em coisas espirituais, podendo estar associado também à crença na existência do diabo e de outros mundos ou dimensões. Acreditar no diabo envolve também acreditar que nossas escolhas podem ser influenciadas por fatores externos e ocultos. Mais aqui neste mundo, a manutenção de uma crença do tipo "sou tímido" pode envolver também acreditar que não se é criativo, que não se pode ou não é certo intervir nos próprios comportamentos e gerar novas possibilidades de ação.
É possível mudar paradigmas?
Mudar um paradigma pode ser difícil, já que em geral está enraizado nas profundezas do inconsciente e por vezes não sujeito a questionamento ou atualização por feedback. Mesmo no meio científico isto ocorre: o próprio Einstein, que revolucionou os paradigmas da Física, teve dificuldades em aceitar a revolução seguinte, a da Mecânica Quântica. Max Planck (citado por Stanislav Grof no livro Além do Cérebro) disse que "uma nova verdade científica triunfa não porque convença seus oponentes fazendo-os ver a luz, mas porque eles eventualmente morrem, e uma nova geração cresce familiarizando-se com ela".
Robert Dilts, no livro Crenças, conta que curou o câncer de sua mãe trabalhando durante quatro dias mudando crenças limitantes e resolvendo conflitos.
E você, já experimentou alguma mudança profunda em uma crença? Pode ter sido uma crença sobre sua capacidade, como algo que no início não acreditou que pudesse levar a cabo, para no final conseguir. Ou uma experiência mais mística, como telepatia ou clarividência (eu tive! - veja Uma experiência de clarividência), que pode mudar tanto crenças sobre o mundo quanto sobre si mesmo. As crenças estão sujeitas a isto, a mudar quando a experiência mostra exceções e novas possibilidades, em particular quando a pessoa está aberta a isso. E é interessante notar que uma simples inversão em certas crenças, como "não sou capaz", pode afetar o resto de nossas vidas.
E mudar uma crença ou paradigma pode não ser tão difícil, é um exercício de possibilidades. A PNL tem muitos modelos e técnicas para isso. Uma forma bem fácil que eu conheço para enriquecer modelos mentais é simplesmente praticando perguntar "E se...". Experimente: e se você for ainda mais capaz do que está acreditando agora? E se você se tornar mais capaz meramente se dando mais tempo para o que quer? E se houver saída para toda e qualquer situação? E se houver infinitas possibilidades em cada momento? E se... você sonhar a noite toda com isso?
Estratégias para emergências emocionais
31 possibilidades para lidar com estados difíceis
Emoções são energias muito poderosas, que merecem respeito. Elas lembram vulcões: às vezes uma entra em erupção e podemos reagir a ela com pensamentos ou escolhas que nem sempre são os melhores. Nesse caso, convém restabelecermos logo o nosso centro, o nosso eixo, e se possível também conseguindo algo de bom com a situação. O fato de nossas emoções serem processos em andamento, isto é, estão acontecendo agora, momento-a-momento, permite-nos influenciar nosso sistema mente/corpo em uma direção escolhida.
Para fazer uma transição para um estado melhor rapidamente, você pode experimentar uma ou mais das 31 possibilidades abaixo. Como é você que está aí dentro para ter as percepções, só você pode saber qual estratégia é melhor; sugiro que você experimente e descubra o que funciona para o que quer. Antes, e como agimos a partir da combinação de pequenas ações disponíveis, faça um pequeno teste para você saber com o que está podendo contar.
Verificação de ações básicas disponíveis
Tente executar cada comportamento descrito abaixo. Se algum lhe parecer óbvio ou "bobo", ótimo, isto significa que o domina tão bem que está sob seu total controle.
Controle motor
1) Encoste a ponta de dois dedos, como indicador/indicador. De olhos fechados, lentamente, afaste-os cerca de 20 centímetros e encoste as pontas novamente, Faça 3 vezes.
2) O mesmo, para dedos distintos, como mínimo e indicador. Faça 3 vezes, lentamente.
Imaginação e diálogo interno
1) Imagine uma praia qualquer ou alguma outra cena de natureza, como uma paisagem de cachoeira. A idéia aqui é verificar a geração de imagens internas voluntariamente, por escolha. Se lhe ocorrer alguma outra paisagem bonita, esteja à vontade.
2) Gere o pensamento verbal: "Eu tenho escolhas quanto a pensar verbalmente".
Atenção
1) Dirija sua atenção para os canais sensoriais, em seqüência: preste atenção em algo que está vendo, depois em algo que está ouvindo, depois em uma sensação corporal, como um ponto de contato dos pés. Depois, repita: algo visual, algo auditivo, outra sensação.
2) Temos receptores na pele para cada tipo de sensação: tato, dor, pressão, calor e frio. Procure sensações de cada tipo de sensor e tente notá-las. Isto não é muito fácil, portanto, se você notar por um momento apenas, já conta. Se preferir, pode usar as papilas gustativas. Beba ou coma algo como café, água ou biscoito e note uma sensação entre doce, salgado, azedo e amargo. Aqui você tem também as opções de tato, pressão e temperatura.
Use os resultados do teste para lhe apoiar na escolha de uma ou mais dentre as 31 opções sugeridas abaixo.
Estratégias
1) Brainstorm - Pegue papel e caneta e escreva tudo que lhe vier à cabeça. Depois jogue tudo fora. Pode ser ainda melhor queimar as folhas, com toda a segurança, é claro. Expressar às vezes basta. Veja também Criatividade - Páginas matinais.
2) Observar o presente - Direcione sua atenção para o momento presente e o ambiente externo. Olhe em volta, verificando se está tudo em ordem por ali. Às vezes ficamos inquietos com relação ao futuro, e se está tudo em ordem no presente ainda dá pra fazer alguma coisa. Veja também Suas capacidades - Projeção do futuro.
3) Dê-se prazer - Pense em alguma coisa que lhe dê muito prazer sensorial e esteja acessível: uma comida, uma fruta, sorvete, banho quente, até água. Dê-se o que escolher, sinta o maior prazer que for possível e fique um minuto usufruindo, também da melhor maneira possível.
4) Exercício de integração dos lados direito e esquerdo do cérebro - De pé, sucessivamente levante um joelho e toque-o com a palma da mão do lado oposto, isto é, palma da mão direita no joelho esquerdo e vice-versa, depois faça o mesmo para a outra perna/braço. Comece devagar e vá aumentando a velocidade gradativamente.
5) Acredite - Às vezes não agimos por falta de uma crença na possibilidade de achar uma solução. Para lidar com isso você tem a opção de, por alguns momentos, agir como se houvesse, como se fosse possível, para direcionar sua mente. Todos praticamos isso desde criancinha, seja brincando de boneca ou de médico. Também funciona a disposição de estar aberto a acreditar.
6) Ria - Veja, assista ou leia algo de humor. O riso alivia e até cura. Se quiser, pode começar pela nossa seção Humor.
7) Auto-conhecimento - Ligue a "câmera mental" e procure informações sobre o que está fazendo internamente. Você pode fazer perguntas: "Em que estou pensando?" "O que estou imaginando?" "Que filme estou repetindo?" A simples conscientização do processo de pensamento pode resolver em poucos segundos e, se não, proporcionar informações importantes para o que fazer.
Por exemplo, verifique se há alguma "voz" interna lhe dizendo que fez algo errado e lhe criticando ou condenando por isso. Se houver, você pode escutá-la, desligá-la, brincar com ela mudando sua origem (por exemplo, para o dedão do pé) ou sua tonalidade (por exemplo, tornando amigável e carinhosa) ou ainda algo que lhe ocorrer de fazer no momento. Se puder identificar algum personagem interno como origem da voz, melhor (pai, mãe, etc.). Isso pode ser novo para você, experimente um pouco antes de jlugar esta opção.
Outra possibilidade é você estar reagindo a um futuro projetado. Veja a matéria O futuro se abriu em possibilidades.
Numa dessas situações, descobri como fico em dúvida: diante de duas opções para um decisão importante, minha atenção, meu foco, ficava alternando rapidamente entre imagens internas das duas, sem se fixar. Só que eu continuava fazendo isto mesmo depois de escolher! Só de descobrir já foi um alívio. Se você ficar assim com estas 30 opções, lembre-se de que ficar indeciso pode ser pior do que arriscar-se em alguma escolha.
8) Algo de bom? - Pergunte-se: "O que essa emoção pode conter de benéfico para mim?" Apenas escute a resposta. Se vier uma e você concordar com ela, faça a dica abaixo: renda-se, permita a ação da emoção.
9) Gaste energia - Faça uma caminhada, corra, dance, vá para a academia ou pratique um esporte, para gastar a energia acumulada.
10) Espere passar - Tem coisas que acontecem com as quais não precisamos fazer nada, apenas esperar, como um temporal.
11) Interprete melhor - Às vezes interpretamos o que estamos sentindo, em particular dando nomes e descrições. Podemos nos sentir não muito bem devido a uma interpretação errada ou distorcida do está acontecendo. Mudando a interpretação, descobrimos novas opções, como ao chamar uma situação de "oportunidade", ao invés de "problema" .
Tente dar um nome melhor à emoção, algo melhor do que, por exemplo, "sensação ruim". Se achar que ajuda, veja esta Lista de emoções/sentimentos/estados. Outra possibilidade é que esteja havendo uma combinação de emoções, tristeza com raiva, angústia com desânimo. Pergunte-se: há alguma outra emoção associada?
Já me ocorreu de me julgar como "sentindo mal" durante algum tempo para depois descobrir que o que estava acontecendo era um processo de crescimento, algo bom estava a caminho, e eu apenas interpretava aquelas sensações como ruins. Muitas vezes acabou vindo algum insight, alguma luz sobre mim mesmo ou sobre alguma questão.
Pode ser também que o que você está sentindo seja algo novo. Considere, por exemplo, uma adolescente em fase de primeira menstruação, com o corpo passando por grandes mudanças: deve haver um bocado de sensações novas.
Outra possibilidade de interpretação é a de que algo velho e não mais útil em sua mente esteja indo embora, e isso pode provocar movimentação interna, com sensações (você já sentiu algo por ocasião de alguma mudança, como de uma crença?). Apegar-se pode significar obstruir a sua evolução, o seu crescimento.
12) Expectativas - Por acaso você está tendo expectativas de que a sua vida seja uma linha reta? Tipicamente um ser humano normal passa por vários estados durante um simples dia: ri, zanga-se, acalma-se, esquenta, esfria, excita-se, anima-se... Uma pessoa com expectativas exacerbadas de estabilidade pode não se sentir bem apenas pela variação de estados, porque não aconteceu como esperava. A verdadeira causa do problema são as expectativas frustradas, que acabam por manter o estado que passaria naturalmente se elas não existissem.
Procure ajustar também as suas expectativas de defasagem entre influência e efeito, isto é, o tempo entre a influência que você vai exercer no seu sistema mente/corpo e a obtenção de resultados. Essa defasagem varia de pessoa para pessoa e até para uma mesma pessoa, e nem sempre é possível prevê-la.
13) Segmente - Uma pessoa em dificuldades emocionais pode estar lutando contra o que ela é, contra a vida e outras coisas grandes e abstratas. Mas nossa vida, na verdade, é movida a pequenos comportamentos, pequenas ações. Cada coisa que construímos é feita palmo a palmo, passo a passo, segundo a segundo. Uma frase que me inspirou muito foi "O sábio faz pequenas coisas". Se há 40 e-mails para ler, só é possível ler o próximo. Se há um prédio a construir, ponhamos o próximo tijolo
Se isso está ocorrendo com você, decida o que fazer apenas para o próximo minuto, ou menos, se for o caso. Calma!
14) Controle da respiração - Emoções se refletem no corpo, e vice-versa. Controlando o corpo, você pode induzir mudanças na mente. Uma forma de fazer isso é direcionando sua atenção para a respiração. Aos poucos vá aprofundando, expandindo-a, e tornando-a mais lenta. Respire com o abômen. Já apliquei esta opção para acalmar uma criança.
15) Mude sua postura - Outra forma de atuar no corpo. Endireite a coluna e os ombros, respire como quem está no controle, assuma uma posição de força. Nosso corpo e nossa mente são tão interligados que por vezes somente uma mudança de fisiologia já impulsiona uma melhora. Sobre isso, veja o cartoon Peanuts, na seção Humor.
16) Relaxe na postura. Mais uma atuação no corpo. Procure e solte partes tensas do corpo onde possível, na postura em que estiver. Você pode combinar esta com alguma outra, sem contar que você pode fazê-la agora.
17) Medite - Fique alguns minutos prestando atenção nas sensações do ar saindo e entrando pelo nariz. O "alguns" é indefinido mesmo, para que você não precise marcar o tempo. Já usei esta alternativa, entre outras situações, para "esfriar" a cabeça entre duas reuniões difíceis e para fazer transições trabalho-casa. Saiba mais.
18) Esqueça de si - Vá cuidar de alguém que precise. Muitas vezes, conseguimos nos desligar de um problema e paramos de alimentá-lo direcionando a atenção para algo fora de nós. Nem precisa ser uma pessoa; uma vez, e até sem intenção, me senti muito melhor após tirar uma letra de uma música em inglês.
19) Leia um bom livro e/ou assista a um bom filme. Quem disse que fugir é ruim?
20) Faça a Auto-hipnose de Betty Erickson. Esta é poderosa.
21) Aplique a experiência - Pesquise na sua memória uma situação parecida e solucionada por você e aplique uma estratégia semelhante.
22) Estratégia de outro - Verifique se conhece alguém que já teve e solucionou questão semelhante e faça o que ele ou ela fez.
23) Outro ouvido - Ligue para ou chame um amigo ou amiga, pergunte se lhe empresta o ouvido por alguns minutos e fale tudo que lhe vier à cabeça. Esta é outra forma de expressar.
24) Verificação sensorial - Dedique algum tempo a investigar como a emoção se manifesta no corpo: sensações, tensões, localização, intensidade, extensão. Essa é uma forma de meditação, além de enriquecer sua auto-percepção corporal.
25) Renda-se - Uma idéia, uma atitude de Isabel Allende, autora de A Casa dos Espíritos e outros: relaxe e renda-se, entregue-se, permita o fluxo da energia, da melhor maneira possível.
26) Trabalhe com uma metáfora: se a emoção fosse um lago ou um vulcão, como estaria? Se estiver turbulento, experimente acalmá-lo e fazer outras mudanças no cenário.
27) Veja a matéria Lidando com a ansiedade. Coisa rápida, para se fazer em segundos.
28) Desligue-se - Durma ou deite-se e descanse um pouco. Certos processos passam só de não ficarmos pensando neles.
29) Mude de ambiente - Muitas vezes criamos associações com o ambiente ou elementos deste (âncoras). Um boa alternativa pode ser sair do ambiente normal. Pense em ir para o mato, estar mais próximo da natureza.
30) Solução espiritual - de acordo com suas crenças, peça ajuda. Busque adotar uma atitude de abertura, receptividade, permissão e aceitação dessa ajuda. A permissão é importante, porque às vezes queremos mudar algo ao mesmo tempo em que tememos a mudança; algo como pisar simultaneamente no acelerador e no freio.
31) Você pode estar com algum problema orgânico cujos sintomas não conhece, pense em procurar um médico.
Uma vez que você tenha se ajustado, tem várias alternativas: voltar ao que estava fazendo, escolher outra coisa ligada aos seus objetivos para fazer, investir mais em auto-conhecimento (se usou a câmera mental), outra coisa interessante. O mais importante é ter restabelecido sua liberdade de escolher e, se possível, ter usado a situação para algum propósito útil, como aprender ou simplesmente ter vencido, o que acho que é dos maiores prazeres: fazer limonadas com os limões que a vida nos apresenta.
Para finalizar, transcrevo a conclusão de sugestões semelhantes feitas em um fórum para uma pessoa não muito animada para viver:
"Espero realmente que você resolva viver, porque:
1) Acredito profundamente na capacidade de todo ser humano de fazer coisas pequenas e grandes, superar obstáculos e crescer com eles ("fazer limonadas com os limões"). Mais que acredito - por tudo que já vi, conheci e aprendi, sei.
2) Estamos fazendo diferença e mudando o mundo a cada escolha que fazemos, devido aos desdobramentos futuros de pequenos atos (veja a história do cachorro que mudou o mundo).
3) Você ainda vai ajudar muitas pessoas, seja contando sua história e como venceu seus momentos difíceis, seja estando presente em momentos em que elas só vão ter você como apoio."
Uma estratégia para ancorar estados
Prepare-se para o que for fazer
Na seção Suas capacidades, matéria Ancoragem, mostramos a nossa capacidade de estabelecer ligações entre estímulos (externos ou internos) e a ativação de pensamentos, emoções e até estados completos.
Ocorre que o estado em que estamos pode ou não ser apropriado para o que estamos fazendo. Há estados mais adequados para criar (por exemplo, liberdade de pensamento), para aprender (receptividade, curiosidade, interesse), para fazer amor (excitação, desejo, afetividade), para planejar (realismo), dormir (sono) e assim por diante.
Alguns estados vêm "naturalmente", sem que precisemos agir conscientemente. Em algumas situações precisaremos intervir para acessar e captar o estado desejado. Nestes casos você pode usar o procedimento abaixo, originário da Programação Neurolingüística (PNL) e baseado nos mais produtivos conhecimentos sobre o funcionamento da mente e organismo humanos:
1) Estado - Escolha o estado desejado, por exemplo, "disposição".
2) Estímulo - Escolha um estímulo qualquer que possa reproduzir com precisão: um toque de 2 segundos no braço, um grito de guerra ou outro som, uma imagem, uma posição corporal, um fechar de mão. Este será o "gatilho" da âncora. Escolha um que só dependa de você.
3) Acesso ao estado - Relembre uma situação em que estava vivenciando o estado desejado. Veja o que estava vendo, ouça o que estava ouvindo, sinta o que estava sentindo. "Entre" na lembrança o mais que puder, expanda a experiência, permita que tudo o que sentiu se intensifique. Quando achar que chegou ao auge, acione o estímulo da âncora. Quanto mais intenso e puro for o estado, mais forte será a âncora.
4) Quebra do estado - Saia do estado: olhe em volta, pense em algo que tem a fazer, pense em algo que não tenha nada a ver com o que fez, sacuda o corpo ou mexa as mãos à frente dos olhos. Isto permitirá um melhor teste.
5) Teste - Acione o estímulo e verifique se entra no estado a ele associado. Se achar que não está satisfatório, retome o procedimento a partir do passo 3.
Daí em diante, quando quiser entrar no estado desejado, basta acionar a âncora reproduzindo o estímulo. Para reforçar uma âncora, repita o procedimento para o mesmo estado desejado e estímulo, mas revivenciando outra situação. Você pode também empilhar âncoras, associando estados diferentes ao mesmo estímulo, como motivação, curiosidade, interesse e disposição. E você pode ter várias âncoras: para usar na escola, no trabalho, no namoro e nos contextos que quiser.
As variáveis críticas do processo de ancoragem são:
1) A unicidade do estímulo: estímulos freqüentes e comuns não são apropriados.
2) A intensidade do estado ancorado: quando mais intenso, melhor a âncora.
3) A "pureza" do estado ou congruência: quanto mais alinhadas as emoções e sentimentos, mais eficiente a âncora.
4) O estado atual - uma âncora pode não ser suficiente para fazer a transição do estado atual diretamente para o desejado. Neste caso podem ser necessárias algumas transições intermediárias, como por exemplo um estado mais calmo, relaxado ou neutro.
Como mudar seu "Eu" - sem dor
Faça e seja diferente, com harmonia
"Se você pode ser uma pessoa melhor, para que ser você mesmo?
Richard Bandler

Talvez você ache estranha essa história de mudar de "Eu". Afinal, como posso mudar o que eu sou? A base da idéia é distinguir que existem pelo menos duas possibilidades para "ser". Existe o que sou de verdade e existe o que acredito que sou. Não posso mudar o que sou, mas posso mudar o que acredito que sou.
O que alguém acredita que é define comportamentos possíveis. Por exemplo, se realmente acredito que sou tímido, e se passa pela minha mente um comportamento mais extrovertido, pode ser que seja inibido devido àquela crença. Acreditar que sou capaz de lidar com qualquer situação certamente vai me fazer buscar alternativas, ao invés de desistir. Ou seja, se eu acreditar direitinho, meu cérebro não distingue entre a crença e a verdade.
Um aspecto relacionado às crenças sobre minha identidade é que pode haver distorções. Pode ocorrer que eu acredite em limitações sobre minha capacidade de escrever, e nem tento. Mas o que você acredita que acontecerá se eu começar com uma versão preliminar, depois pesquisar na internet, aplicar a técnica do estímulo aleatório para provocar idéias, dedicar 5 minutos por dia a aperfeiçoar o texto, e ainda pedir a dois amigos para criticar e fazer sugestões? Resumindo, o que alguém acredita que é pode ser ou não útil.
Outro aspecto da identidade é: como alguém determina e sabe que é alguma coisa? Como é que alguém "sabe" que é "brigão", por exemplo? Certamente deve ser porque têm padrões de comportamento ligados a brigas. Como um tímido sustentará sua crença se não lembrar-se de situações em que agiu com timidez? Portanto, toda crença tem que ter experiências que a comprovam para a pessoa. Esta é a pista para mudar o que somos: se determino o que sou pelos meus comportamentos anteriores, se eu mudar meus comportamentos, logo serei diferente.
É curioso o círculo que se forma: meus comportamentos passados determinam o que acredito que sou, e o que acredito que sou influencia meus comportamentos. É semelhante aos hábitos: "primeiro você faz o hábito, depois o hábito te faz" .
Como mudar então? A solução é intervir inteligentemente nos seus modelos mentais, usando a imaginação para semear novas possibilidades de comportamentos. Um dos nomes para isto é ensaio mental. Você simplesmente dedica algum tempo a ficar imaginando possibilidades de ação, criando experiências internas que depois servirão de referência (ouvi dizer que o Pelé ensaiava jogadas e pilotos de Israel se treinavam usando esta estratégia) . Por exemplo, um tímido pode imaginar-se fazendo algo bem extrovertido, como falar em público. Pode ser que ele se imagine bloqueado, mas como é apenas imaginação, ele pode imaginar-se falando pelos cotovelos, descontraidamente, que não há perigo. Você pode afirmar que, dependendo do que ele falar, vai passar por toda a vergonha que supõe que pode sentir. Concordo. O que ele pode fazer então é imaginar-se também previamente preparando o que vai dizer.
Um ponto importante nesse processo é respeitar as objeções internas. No mais das vezes elas estão enviando mensagens. Medo e insegurança podem indicar necessidade de melhor preparação. Culpa pode indicar violação de valores.
Estruturando, siga os seguintes passos para mudar o que você acredita que é:
1) Determine um objetivo, como "agir descontraidamente entre amigos". Descreva esse objetivo como algo que possa ser feito, e não algo que você não queira.
2) Descubra comportamentos que definem para você que aquele objetivo foi atingido. Se estiver sem idéias, busque alguma fonte: como uma certa pessoa ou algum personagem de filme ou livro agiria naquela situação? Ou pergunte-se: se eu já tivessse atingido meu objetivo, como agiria? Ou ainda, aplique alguma técnica de criatividade, como a técnica do estímulo aleatório ou pensar em coisas impossíveis.
3) Verifique se os comportamentos são aceitáveis para seus valores e seu sistema em geral, e se serão legais ou úteis (ecológicos) para você e outras pessoas.
Se a resposta for negativa, volte ao passo 2 e modifique ou acrescente comportamentos, até que a mudança se torne ecológica.
4) Faça o ensaio mental dos comportamentos. Simplesmente dedique algum tempo a imaginar possibilidades para os acontecimentos e praticar respostas possíveis. Imagine algo inesperado e procure alternativas de ação.
Tenha em mente que você não vai "adivinhar" o futuro, este nunca é totalmente previsível e o detalhamento final das decisões sempre é feito momento-a-momento. O que você vai estar fazendo é gerando inspirações, que no momento apropriado vão surgir espontaneamente em sua mente. Assim você também vai preservar sua espontaneidade, já que são inspirações e não programações. Uma vez, fiquei incomodado por comer demais e sentir a barriga estufada. Resolvi aplicar essa estratégia: imaginei que, das próximas vezes em que fosse comer, me lembraria dessas sensações incômodas. Fiz isso apenas algumas vezes, e no almoço seguinte, lá estavam as lembranças. Eu continuava escolhendo, mas as lembranças me alertavam da possibilidade, e isso melhorou minha forma de me alimentar.
Pelo menos três comportamentos serão necessários para que um padrão interno seja instalado. E se você fizer essa prática para contextos variados (casa, trabalho, lazer, relacionamento), a probabilidade de sucesso será maior.
Esta é uma forma simplificada de você fazer intervenções em si mesmo; existem várias outras opções para isto. Você tem em mãos uma das mais potentes ferramentas do universo: a sua imaginação. E talvez a distância entre você e um eu melhor seja apenas duas ou três repetições