segunda-feira, 21 de junho de 2010

Brilhando na arte de pensar


Brilhando na arte de pensar
A arte de pensar é a manifestação mais sublime da inteligência. Todos pensamos, mas nem todos
desenvolvemos qualitativamente a arte de pensar. Por isso, freqüentemente não expandimos as funções
mais importantes da inteligência, tais como aprender a se interiorizar, a destilar sabedoria diante das
dores, a trabalhar as perdas e frustrações com dignidade, a agregar idéias, a pensar com liberdade e
consciência crítica, a romper as ditaduras intelectuais, a gerenciar com maturidade os pensamentos e
emoções nos focos de tensão, a expandir a arte da contemplação do belo, a se doar sem a contrapartida
do retorno, a se colocar no lugar do outro e considerar suas dores e necessidades psicossociais.
Muitos homens, ao longo da história, brilharam em suas inteligências e desenvolveram algumas
áreas importantes do pensamento. Sócrates foi um questionador do mundo. Platão foi um investigador
das relações sociopolíticas. Hipócrates foi o pai da medicina. Confúcio foi um filósofo da brandura.
Sáquia-Múni, o fundador do budismo, foi um pensador da busca interior. Moisés foi o grande mediador
do processo de liberdade do povo de Israel, conduzindo-o até a terra de Canaã. Maomé, em sua
peregrinação profética, foi o unificador do povo árabe, um povo que estava dividido e sem identidade.
Há muitos outros homens que brilharam na inteligência, tais como Tomás de Aquino, Agostinho, Hume,
Bacon, Spinoza, Kant, Descartes, Galileu, Voltaire, Rosseau, Shakespeare, Hegel, Marx, Newton, Max
Well, Gandhi, Freud, Habermas, Heidegger, Curt Lewin, Einstein, Viktor Frankl etc.
A temporalidade da vida humana é muito curta. Em poucos anos encerramos o espetáculo da
existência. Infelizmente, poucos investem em sabedoria nesse breve espetáculo, por isso não se
interiorizam, não se repensam. Se compararmos a lista dos homens que brilharam em suas inteligências
e investiram em sabedoria ao contigente de nossa espécie, ela se torna muito pequena.
Independente de qualquer julgamento que possamos fazer desses homens, o fato é que eles
expandiram o mundo das idéias no campo científico, cultural, filosófico e espiritual. Alguns não se
preocuparam com a notoriedade social, preferiram o anonimato, não se importaram em divulgar suas
idéias e escrever seus nomes nos anais da história. Porém, suas idéias não puderam ser sepultadas. Elas
germinaram como sementes na mente dos homens e enriqueceram a história da humanidade. Estudar a
inteligência deles pode nos ajudar muito a expandir nossas próprias inteligências.
Houve um homem que viveu há muitos séculos e que não apenas brilhou em sua inteligência, mas
teve uma personalidade intrigante, misteriosa e fascinante. Ele conquistou uma fama indescritível. O
mundo comemora seu nascimento. Todavia, em detrimento de sua enorme fama, algumas áreas
fundamentais da sua inteligência são pouco conhecidas. Ele destilava sabedoria diante das suas dores e
era íntimo da arte de pensar. Esse homem foi Jesus Cristo.
A história de Cristo teve particularidades em toda a sua trajetória: do seu nascimento à sua morte.
Ele abalou os alicerces da história humana por intermédio da sua própria história. Seu viver e seus
pensamentos atravessaram gerações, varreram os séculos, embora ele nunca tenha procurado status
social e político.
Ele não cresceu debaixo da cultura clássica da sua época. Quando abriu a boca, produziu
pensamentos de inconfundível complexidade. Tinha pouco mais de trinta anos de idade, mas perturbou
profundamente a inteligência dos homens mais cultos de sua época. Os escribas e fariseus, que eram
intérpretes e mestres da lei, que possuíam uma cultura milenar rica, ficaram chocados com seus
pensamentos.
Sua vida sempre foi árida, sem nenhum privilégio econômico e social. Conheceu intimamente as
dores da existência. Contudo, ao invés de se preocupar com as suas próprias dores e querer que o mundo
gravitasse em torno das suas necessidades, ele se preocupava com as dores e necessidades alheias.