domingo, 28 de fevereiro de 2010

emergencia da Filosofia


O pensamento filosófico exige a demonstração e a prova.
Ele pode ser contradito, pode ser contestado. Suas bases
devem ser explicitadas. Não basta afirmar um ponto de vista, é preciso sustentar esse ponto de vista através de um
encadeamento lógico de vários enunciados.
A filosofia ensina não só a pensar com clareza e autonomia,
mas a fundamentar esse pensamento.

A resposta a esta pergunta é ao mesmo tempo fácil e difícil.
Fácil é dizer que a filosofia não tem nenhuma utilidade prática, imediata. E isso é uma verdade!
A dificuldade da resposta é que, apesar de não servir para nada, a filosofia é constantemente questionada sobre sua natureza, sua origem e sua finalidade.
E podemos lembrar que ela já tem mais de vinte e seis séculos de vida, desde
que nasceu na Grécia Antiga, entre os séculos VII e VI a.C.

Ler os grandes filósofos é uma forma de aprender a pensar. E aprender a
pensar é uma coisa de grande valor, principalmente porque, para o estudante, muitas possibilidades do conhecimento estão se abrindo, como as
ciências e as artes.

É possível aprender a pensar? Com certeza. Pensar é encadear as idéias, argumentar, demonstrar como chegamos às nossas conclusões. A lógica é
a parte específica da filosofia que se ocupa dos argumentos, das premissas
e das conclusões. À lógica compete distinguir entre raciocínios válidos e
inválidos, entre os que levam a conclusões falsas e os que levam a conclusões verdadeiras. Apesar dessa especialização, todos os campos da filosofia
utilizam a razão, o pensamento racional, como forma de conhecer e
compreender o mundo.
Um pensamento racional é aquele que se opõe ao senso comum. O senso comum é feito de
crenças e de certezas que valem aqui e agora, e não supõem nenhum questionamento sobre sua legitimidade. Quando revelo minhas opiniões ou digo que sinto que
algo deve ser assim ou assado, não estou argumentando racionalmente. Embora muitas vezes
as crenças e as opiniões sejam justas, corretas ou válidas, elas não são por si só
argumentos racionais.

O pensamento filosófico exige a demonstração e a prova. Ele pode ser contradito, pode sercontestado. Suas bases devem ser explicitadas. Não basta afirmar um ponto de
vista, é preciso sustentar esse ponto de vista através de um encadeamento lógico de vários enunciados.
A filosofia ensina não só a pensar com clareza e autonomia, mas a
fundamentar esse pensamento.

Outra característica da filosofia é que ela é sempre um diálogo com o outro. Os grandes filósofos
não apenas pensaram sobre as coisas, mas comunicaram suas reflexões por meio de suas obras, colocando suas idéias publicamente.
O Tema Filosófico

A atitude do filósofo é uma atitude de questionamento. O filósofo gosta de fazer perguntas e responde a um impulso profundo em direção ao conhecimento.

Por que as coisas são como são?
Como é o tempo?
O que é a verdade?
Qual a origem da moral?

Esses são exemplos de indagações clássicas da filosofia desde seu nascimento.

A filosofia nasceu na Grécia, no século 6 a.C. e se configurou como conhecimento racional e sistemático da realidade, da natureza e do homem.
A filosofia grega representa o alicerce da cultura do Ocidente (a cultura européia e
dos países colonizados pela Europa, como o Brasil).

A palavra filosofia é grega e significa amor pelo saber
(philo, philia = amor + sophia = sabedoria).
O que caracteriza esse saber é o compromisso com a verdade. É essa decisão do filósofo que define sua investigação. Indo além das certezas e das crenças, a filosofia se define também em sentido negativo, como recusa a olhar as coisas como elas parecem ser. A filosofia busca olhar o mundo como se fosse novo, como se nunca tivesse sido explorado.

A atitude filosófica nasce ou do espanto, ou da admiração, ou do entusiasmo pelas coisas.
Entre outros temas, fazem parte da especulação filosófica os valores morais, o próprio
pensamento, a liberdade, a linguagem.



Os temas da filosofia podem ser agrupados, de maneira geral, em alguns campos de trabalho:

• Ética e filosofia política: trata do poder, dos valores morais, da relação entre vontade e
razão, dos direitos e dos regimes políticos.

• Metafísica e teoria do conhecimento: trata do ser e da existência das coisas, de como
as coisas podem ser conhecidas e da natureza do conhecimento.

• Lógica: trata das regras do pensamento válido, das proposições, da verdade e dos
tipos de argumento.

• Estética e filosofia da arte: trata da natureza da arte e dos objetos artísticos, da relação
entre arte e sociedade e da representação.

• Filosofia da linguagem: trata da natureza e da origem da linguagem e de como o mundo
é descrito pela linguagem.