domingo, 14 de março de 2010

Filosofia clínica


Filosofia clínica
Filosofia Clínica é uma proposta de utilização terapêutica da filosofia.
Assemelha-se à Philosophische Praxis ou Philosophical counseling, criada por Gerd Achenbach, em Colônia, Alemanha, em 1981, a partir da concepção epicurista de filosofia como "terapia da alma".
A Filosofia clínica foi criada em fins da década de 1980, pelo psicanalista e filósofo Lúcio Packter, no Rio Grande do Sul (RS). Segundo Packter, a Filosofia clínica "direciona e elabora, a partir da metodologia filosófica, procedimentos de diagnose e tratamento endereçados a questões existenciais encontradas em hospitais, clínicas, escolas e ambulatórios. Técnicas que diferem dos métodos e fundamentos daPsicologia, da Psiquiatria e da Psicanálise: não existe o conceito de normalidade, de patologia; não existem concepções a priori como ‘o homem é um ser social’, ‘o homem busca a felicidade’. Tudo parte da historicidade da pessoa atendida, percorrendo-se desde o logicismo formal até a epistemologia nas questões focadas no diagnóstico dos problemas. A fundamentação das questões consta da Filosofiaacadêmica, inteiramente, com seus escritos e autores. Está baseada no Logicismo, na Epistemologia, na Fenomenologia, na Historicidade, no Estruturalismo e na Analítica da Linguagem, entre outras abordagens".[1]
Crítica
A Filosofia Clínica tem sido criticada por psiquiatras, psicólogos, .... Dentre os problemas apontados, os psiquiatras questionam a sua insuficiência para evidenciar disfunções orgânicas que originam males existenciais (deficiências que provoquem depressões ou desordem mental). Já os psicólogos acreditam ser errônea a racionalização de questões que certamente pertencem ao campo das emoções.
Sobre a Filosofia clínica
A Filosofia Clínica é assim definida, por Lúcio Packter, o pioneiro e sistematizador desta abordagem filosófica no Brasil:
a) O uso do conhecimento filosófico à psicoterapia.
b) A atividade filosófica aplicada à terapia do indivíduo.
c) As teorias filosóficas empregadas às possibilidades do ser humano enquanto se realiza por si mesmo.
Pode-se dizer que é a filosofia acadêmica aplicada à psicoterapia. Nesta prática haverá um interseção entre o filósofo clínico e o partilhante (não necessariamente). Cabe ao filósofo categorizar o que o partilhante lhe traz, a sua historicidade (para tanto existem 5 categorias que permitem a abstração da condição existencial em que o mesmo se encontra). Feito isso, é traçada uma estrutura de pensamento do partilhante, dividida em 30 tópicos, que indicará os choques estruturais que levaram a pessoa a procurar pela terapia.
Cabe ressaltar que em filosofia clínica os conceitos de doença e patologia deixam de existir, havendo, então, representações de mundo que originam maneiras singulares de existência. Em decorrência disso, fica explícito que a filosofia clínica não promove curas, mas auxilia na tentativa de resolução de choques estruturais que causam um mal-estar existencial à pessoa.
Exames Categoriais
Diz respeito à localização existencial da pessoa(partilhante)
Explorando as cinco categorias (Assunto, Circunstância, Lugar, Tempo e Relação), o filósofo forma um conceito bem estruturado do mundo da outra pessoa: uma representação para si mesmo da representação do outro.
Assunto
Sobre a categoria Assunto: O assunto(que chamamos imediato ou último)é aquilo que leva o partilhante à clínica, ou seja, a causa, o motivo, a questão que faz com que a pessoa procure o atendimento filosófico clínico.
Circunstância
Sobre a categoria Circunstância: Diz respeito à situação, o estado em que a pessoa(partilhante) se encontra, quando este, chega à clínica com uma demanda. É o mesmo que dizer: o todo do partilhante, ou seja, é o seu entorno.
Lugar
Sobre a categoria Lugar: Diz respeito a como a pessoa(partilhante)se movimenta sensorialmente e abstratamente no espaço geográfico que ocupa.
Tempo
Sobre a categoria Tempo: Diz respeito à como a pessoa(partilhante) lida com o tempo(cronológico, aquele do relógio) e o tempo(subjetivo, aquele vivido pela pessoa).Aqui, levamos em consideração como a pessoa vive o tempo, se no futuro, se no passado, ou se há uma mescla desse tempo e quais problemas existenciais pode existir para essa pessoa em relação à como a mesma vive essa categoria na sua vida.
]Relação
Sobre a categoria Relação: Diz respeito a relação da pessoa(partilhante) com o que,com quem,se com ela mesma, e a qualidade dessa relação.
]Estrutura de Pensamento
Estrutura do Pensamento é o modo como a pessoa se estrutura mentalmente.