domingo, 14 de novembro de 2010

Caminho do meio


Caminho do meio: condição fundamental para se atingir a felicidade maior, segundo Aristóteles. Em meio à diversidade de maneiras para tocar a vida é normal que busquemos uma melhor forma para vivermos bem e intencionalmente a caminho da felicidade. Seguramente o ser humano se posiciona frente às situações da vida com alguma experiência, dele mesmo ou de alguma pessoa a quem ele creditou como preceptor tácito e segue os ditos e encaminhamentos, podendo ser do meio familiar ou simplesmente um amigo.

Mas, analisamos nesse instante a capacidade pessoal de julgar e decidir, independente de contribuições externas.

Para o mundo hodierno, bem mais que o antigo, vale a palavra equilíbrio, o meio termo. Tantas são as expressões de pensamento que nasce a busca pelo caminho certo ou menos errado. Assim, pode o homem moderno, agir no julgamento com menor rigor em suas posturas e comportamentos e até a palavra radicalismo soa mal. Nenhum tipo de postura vou assumir neste momento, até porque não analisamos uma situação específica, mas, a vida como um todo, vamos conversar... Vamos ponderar mais!

Contrapõe claramente os dizeres do Líder do cristianismo à falta de tomada de decisão de raiz, ou com parâmetros consistentes que alguém definiu anteriormente como dignos de serem balizas para uma condução de vida, no momento em que diz que “...Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te." (Ap 3,14-16)

Sim, não faço apologia a uma maneira religiosa de viver, apenas apresento a radicalidade como uma postura para tomada de atitudes, contemplada à luz de um conhecimento gerado e de uma tendência cunhada em espiritualidade, que muitas vezes podem passar despercebida às incoerências entre texto e prosa. Quem tem ouvido para ouvir que as ouça.

Por outro lado menos doloroso e talvez por uma porta mais larga passam os “meios termos”, as deduções lógicas firmadas não exagerar e também não deixar por menos. Nesse contexto, busca o ser uma boa convivência com o diferente, desde que não fira os princípios que a maioria definiu como legais.

Poucas palavras e perigosas palavras, tanto as primeiras, do radicalismo e as demais do caminho do meio, ambas tendem somente a despertar o pensamento quanto à modalidade ideal para encaminhamento próprio às decisões.

Para Aristóteles a Justa Medida era estava muito mais para o relacional que para o conceito individual, de pouco adiantará conceber o equilíbrio apenas para o pensamento sem o exercitar e o exercício no convívio com o outro. Nesse contato é que valerá a atividade de interagir usando métodos que equilibrarão algumas atividades próprias do ser: o opinar, o discutir, o calar, o gastar, e tantos outros particípios que poderíamos elencar como ações humanas que se devidamente ponderadas resultarão em decisões radicais ou de caminho do meio, cabendo ao individual a luta particular para ganhar uma guerra comum: a convivência mais fraterna.

E para encerrar espero que filosofemos as decisões e tenhamos a certeza de que o que existe é uma constante no ser, o interesse de fazer certo e quando cai se levanta, quando erra corrige e tenta acertar na próxima e o poeta ilustra brilhantemente e suavemente as batalhas do viver:

Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação
A arte de sorrir, cada vez que o mundo diz não .
Como sou feliz, eu quero ver feliz quem andar comigo. Vem!